terça-feira, 29 de junho de 2010

Por falar em mim

Escrevo por inspirar.
Pra respirar.
Pra ser.

Eu escrevo para a liberdade.
Para ir além daqui.
Pra sair de mim.

Eu escrevo pro dia-a-dia.
Pra distrair.
Pra expor, pra me expor.

Escrevo, o que pra mim é natural
(Tudo culpa de Clarice e João Cabral).
Eu escrevo também pra falar.
Pra provar que não sei rimar.

Eu escrevo errado e às vezes acerto.
Mas eu não escrevo pra acertar.
Eu escrevo pra tentar falar de amor,
Pra parecer um pouco brega.
Eu escrevo pra ler e rir depois.

Escrevo pra não ter distância.
Pra não existir tempo.
Pra me sentir perto.

Escrevo pra ser primeira pessoa do plural.
Pra lhe conhecer
E pra deixar que me conheça também.

Escrevo de olhos fechados.
A mente aberta, como tela em branco.
Vendo cores em palavras,
Deixo-me correr pelo papel.
Vou pintando.
Vou escrevendo.

Escrevo pra que minhas cores,
Não sejam mais minhas.
Eu escrevo porque espero
Que elas também possam colorir você.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Pra lembrar da praia


Vai.
Mas deixa voltar.
Volta pra mim.
Vem feito de mar,
Em forma de onda.
Vem me encontrar.

Vai.
Mas deixa ser.
Deixa que eu seja.
Água do mar que toca você.
Se faz de silêncio,
Mas me deixa lhe ouvir
Me faz ser canção
Dentro de ti.

Vai.
Mas deixa ter.
Flores em mim,
Que vejo em você.
Mas me deixa ser flor também,
Pra plantar amor,
Pra te invadir,
Encher de cor.

Vai.
Não se deixa ficar.
Me faz ser sozinha,
Deixa que enfim seja o fim.
Não me faz esperar.
E de uma vez,

Vai.
Sabendo que vou lhe pedir
Lhe pedir pra voltar.
Pra que venha como onda,
Me beijar como mar.