domingo, 20 de setembro de 2009

Poema

As linhas do caderno em branco.
O vazio branco do quintal da casa.
A casa onde você se faz ausente.
E é a ausência de notícias suas que me faz escrever.
E lhe escrevo, porque temo
encontrar o vazio quando voltar.
Pra essa casa que um dia também foi sua.
Porque o meu coração é casa e eu lhe dei a chave.
Coloca no trinco, vem ver o que tem depois da porta.
Invade, meu coração é seu.
E me promete, como tantas promessas que fizemos,
me promete que tudo será como antes.
Antes mesmo que um novo dia chegue.
Mas me diz que vai chegar a hora de abrir os olhos.
Ver que você ainda está aí a me esperar.
E eu espero que o tempo passe correndo,
para que eu voando aí possa chegar.
Para preencher todas as linhas desse caderno
com as nossas mais carinhosas palavras.

Desabafo

Hoje acordei com vontade de chorar.
Não por sonho ou tristeza.
Quis chorar de saudade.
Querendo acalmar meu coração
que só pensa em você,
chorei.
E só quando já não havia lágrimas em mim,
levantei.
Caminhei pela rua.
Mesmo sabendo que ela não me levaria aonde eu queria ir,
continuei porque senti vontade de sair.
Não por urgência ou necessidade.
Quis sair pra fugir.
Querendo correr,
pra acabar com a dor de saudade
e a tristeza que sinto
de mim sem você.